Analice Antoniolli mostra que Nova Bassano é exemplo de respeito ao erário.
Ela tem pouco tempo. É professora, mulher, cidadã, vereadora, política, filha e presidente da Câmara de Vereadores. Na primeira disputa eleitoral foi a segunda vereadora mais votada. Foi diretora de um dos maiores colégios públicos da região. Hoje, ela é, também, presidente da Câmara de Vereadores de Nova Bassano. A primeira mulher a ocupar este cargo e única vereadora mulher desta legislatura. Visitou a redação do Correio Livre e, falou um pouco de tudo e tudo sobre o que realmente interessa: assim é Analice Maria Antoniolli.
CL – Como é ser presidente de uma câmara masculina?
Analice – É uma experiência muito diferente, interessante. Sempre me senti respeitada. Eu sempre converso com todos eles nos assuntos legislativos. A mesa diretora é pluripartidária – PT, PDT, PMDB e PP – e isso facilita a integração entre bancadas.
CL – Como é sua presença no cotidiano da Câmara e no relacionamento com a comunidade?
Analice – É de presença sistemática, fico na Câmara às segundas e quintas-feiras durante todo o dia e às quartas e sextas-feiras à tarde. Participo de todas as atividades comunitárias nas quais a presença da presidência do Legislativo é solicitada e é relevante. É importante levar a legislatura ao povo, isso é respeito às instituições e à população que merece um relacionamento aberto com o poder público.
CL – Em meio a tantas suspeitas de corrupção política, o Legislativo bassanense é exemplo de rigor no ressarcimento de gastos em viagens. Como isso é feito?
Analice – Desde 2005, a Câmara de Vereadores ressarce somente o que é comprovado através de nota fiscal. Por exemplo, eu viajei para Brasília em 2009 e tinha direito a R$ 1.470,51, como só gastei R$ 278, devolvi R$ 1.192,51 e o vereador Marcio Dalmoro foi a Brasília neste ano e tinha direito a R$ 1225, como gastou R$ 495,75, devolveu R$ 729,25. Para Porto Alegre, o valor de meia diária (sem pernoite) é de R$ 90, mas só recebe o que comprovadamente gastou. A última viagem foi ressarcido R$ 28.
CL – Isso também acontece no Executivo?
Analice – Não, é só comprovar a viagem.
CL – Qual é o salário dos vereadores? Faltas são descontadas?
Analice - O salário para esta legislatura foi estabelecido em 2008 para o mandato de 2009 a 2012: vereador R$ 1.500 e presidente R$ 2 mil. Com o reajuste pelo IGPM dos três anos, hoje está em valor bruto: vereador R$ 1706,78 e presidente R$ 2.275,71. Se faltar às sessões há o desconto proporcional. Faltas em sessões extraordinárias também são descontadas do salário, embora não haja remuneração extra para as presenças.
CL – O que representa no orçamento do Município os gastos do Legislativo?
Analice – O Legislativo poderia usar até 7% do orçamento municipal, mas não chega, efetivamente, a 2%, incluindo a folha de pagamento. Em 2011, cumprindo a lei da acessibilidade, vamos instalar um elevador para que todos tenham acesso ao plenário da Câmara (que fica no terceiro andar do prédio da Prefeitura). A compra está em fase de licitação. O investimento é de cerda de R$ 70 mil.
CL – Como a população pode acompanhar o trabalho do seu vereador, além de estar presente nas sessões? O objetivo é aproximar a “casa do povo” e a população.
Analice – No site do Município (WWW.bassanors.com.br) há o link da Câmara, no qual podem ser conferidas as proposições, os projetos e a participação dos vereadores. É mais uma ferramenta na transparência do Legislativo. A sessão ordinária realizada no Colégio Colbachini em outubro também foi uma maneira de mostrar nosso trabalho ao cidadão, principalmente, aos estudantes.
CL – Existe situação e oposição no Legislativo bassanense?
Analice – Somos representantes de um poder constituído, independente sem estar atrelado a qualquer outro. O relacionamento com o Executivo é excelente: em 2011, dos 100 projetos apresentados, apenas um foi rejeitado.
CL – Falta debate legislativo?
Analice – Poderíamos debater mais, isso é verdade. Mesmo que hajam divergências o debate qualifica os projetos.
CL – Você é petista, única vereadora da bancada em uma Câmara pluripartidária. Ainda existe ideologia política?
Analice – Para mim, sim. Meus princípios representam minha ideologia. O que dia que perdê-los, saio da política.
CL – Como você analisa o cenário político visando as eleições 2012?
Analice – O PT vai participar da majoritária. Como? Ainda não definido. Existem algumas questões a serem discutidas internamente.
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